Ruim de matemática? Você pode ter discalculia


A discalculia é considerada o equivalente da dislexia quando se trata de pessoas que têm dificuldade fora do comum em aprender matemática. Enquanto os disléxicos tem problemas com a leitura e a escrita, aqueles que sofrem de discalculia não conseguem resolver problemas simples de aritmética e até mesmo entender o conceito de numeral. Este distúrbio afeta entre 5 e 7% da população.
Tanto as crianças e os adultos que apresentam o problema têm dificuldade em entender o valor relativo aos números e suas diferentes grandezas, e acabam tendo notas muito baixas em provas. “Geralmente, eles não trocam a ordem dos números quando leem, como os disléxicos, mas qualquer coisa que se relacione a numerais causa ansiedade e até pânico”, disse o autor do estudo e professor de neurociência, Brian Butterworth, da University College London.
Por exemplo, se fosse mostrada duas cartas de baralho numeradas, uma com um 5 e outra com um 8, para uma pessoa com discalculia e ela fosse indagada qual número é maior, elas teriam que contar quantos símbolos aparecem em cada carta antes de responder. Se fosse pedido que elas contassem, regressivamente, de 10 a 1, a pessoa contaria de 1 a 10, depois de 1 a 9, depois de 1 a 8, e assim por diante (e provavelmente teriam que usar os dedos, independente da idade).
Lidar com dinheiro, então, é um grande desafio. As pessoas com discalculia também não conseguem estimar o tamanho de um quarto, ou entender o conceito de horas para estimar quanto tempo uma viagem duraria. De acordo com os pesquisadores, o distúrbio aparenta ser genético e algumas mudanças no cérebro podem ser responsáveis pela causa. “Contudo, é importante que essas pessoas saibam que esta dificuldade não significa que elas são burras”, disse Butterworth. Mas, se não for diagnosticada de maneira correta, pode trazer muitos traumas.
Butterworth diz que seu trabalho serviu para chamar atenção ao problema e desenvolver métodos especiais de ensino para fortalecer o processamento de números pela pessoa, usando materiais concretos como contas ou blocos, ou ainda softwares de computador. “O importante é não avançar para conceitos mais complexos enquanto o básico não estiver bem fixado”