Estudiosos afirmam que pombos entendem matemática
Os olhares inocentes deles enganam: pombos, ao que parece, são os grandes conhecedores de matemática do mundo das aves. Estudiosos descobriram que esses animais podem fazer mais do que contar – eles podem lidar com números, no sentido abstrato, uma habilidade nunca antes vista a não ser nos primatas, conforme reportagem do New York Times. Pombos foram capazes de realizar, bem como os macacos rhesus, a tarefa de colocar números em ordem crescente.
Cientistas observaram pássaros ao longo de um ano para bicar imagens mostrando quantidades de um, dois e três. O próximo passo para as aves, como para os macacos rhesus, era usar suas habilidades em colocar os números na ordem correta, do menor para o maior. Mostradas quantidades de seis e nove, eles foram capazes de fazê-lo. “Fiquei surpreso”, disse um pesquisador. O estudo sugere que tanto as aves e os macacos podem ter um ancestral comum de 300 milhões de anos, ou então eles evoluíram as habilidades de contagem separadamente.
Por Matt Cantor
Tradução por Patrícia Tai
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Prof. Materaldo
Capacidade para a matemática, um dom natural?
O matemático nasce com o dom ou o desenvolve? Para o alívio dos que têm facilidade com os números, consolo dos que não se dão bem com o 'dois mais dois' e infortúnio dos que se empenham em seguir profissões técnicas e científicas e sofrem com as equações, logaritmos e fórmulas, algumas crianças nascem com uma capacidade natural para as matemática e outras não.
Pesquisadores da Universidade Johns Hopkins em Baltimore (EUA) analisaram o "sentido numérico" (a habilidade de uma pessoa para utilizar os números e realizar cálculos) de 200 crianças de nível pré-escolar com idade média de quatro anos.
As crianças tiveram de realizar uma série de provas, como observar os grupos de pontos azuis e amarelos que apareciam na tela de um computador e adivinhar que grupos tinham mais pontos. Para avaliar suas capacidades matemáticas, elas tiveram de contar em voz alta e resolver alguns simples problemas de soma.
Os pesquisadores - liderados pela psicóloga Melissa Libertus, bolsista de pós-doutorado do Departamento de Ciências Psicológicas e Neurológicas da Johns Hopkins - comprovaram que aquelas crianças que pontuavam melhor nas provas do "sentido numérico" tendiam a ser melhores nas provas de capacidades matemáticas.
Dado que os participantes do estudo ainda não recebiam uma instrução formal em matemática, os especialistas da Universidade concluíram que a capacidade matemática nas crianças pré-escolares se associa diretamente ao seu "sentido numérico" inato.
As pessoas usam cotidianamente o sentido numérico para calcular, por exemplo, a quantidade de pessoas que assistem a uma reunião ou quantos assentos estão livres em uma sala de espetáculos, explicam os autores do estudo.
De acordo com Melissa Libertus, "a relação entre o sentido numérico e a capacidade matemática é importante porque até agora achávamos que o primeiro era universal, enquanto a segunda dependia em grande medida da cultura e da linguagem e se aprende durante muitos anos".
"Por isso, uma relação entre sentido numérico e capacidade matemática é surpreendente, e desperta várias perguntas e problemas importantes, como se é possível treinar o sentido numérico de uma criança para melhorar sua capacidade matemática futura", destaca Melissa.
Elas calculam assim como eles
A crença de que a mulher tem menos capacidade do que o homem para as questões numéricas é falsa, pois não existe nenhum motivo biológico para isso, de acordo com uma pesquisa da Universidade de Wisconsin em Madison (EUA).
Após revisar todos os estudos contemporâneos sobre o tema, os pesquisadores da Wisconsin concluíram que "não existe uma diferença inata para a matemática entre homens e mulheres e há países onde meninos e meninas são igualmente bons nesta disciplina".
O fato de que elas não tenham tanto destaque quanto eles no mundo dos números e cálculos se justifica por fatores culturais, como as desigualdades sociais que as mulheres viveram ao longo da história e como a falta de oportunidades para ter acesso à mesma educação que os homens", explica a pesquisadora Janet Mertz, uma das autoras do estudo.
O levantamento buscou constatar se há diferenças de gênero em relação ao rendimento matemático na população, se essas diferenças existem entre as pessoas com mais aptidão para os números e se existem mulheres com grande talento matemático. Após avaliar as pontuações de mulheres e homens em diversas provas matemática, em diferentes países, os autores comprovaram que a suposta superioridade masculina para a matemática carece de base científica.
Para Mertz, as mulheres tiveram muito menos oportunidades de acesso a uma educação matemática, e só no início do século XXI as coisas começaram a se igualar no mundo desenvolvido. "Quando elas têm acesso a mais oportunidades educacionais e trabalhistas em áreas que requeiram conhecimentos avançados de matemática, será possível perceber que elas podem render muito bem neste campo".
O que está demonstrado cientificamente é que cerca de 6% das pessoas sofrem de discalculia, um transtorno neurológico que dificulta a aprendizagem da matemática e pode afetar pessoas inteligentes, alfabetizadas e saudáveis.
Especialistas do Instituto de Neurociência Cognitiva da Universidade de Londres desenvolveram um programa de computador que pode facilitar o estudo da matemática entre os alunos que sofrem desta desordem.
Segundo o médico Brian Butterworth, um dos autores do estudo, a discalculia dificulta a compreensão e a realização de cálculos entre as pessoas que sofrem dela, e na maioria dos casos esta alteração tem origem genética. Sabe-se que um fator genético influi no desenvolvimento desta incapacidade aritmética, mas ainda são desconhecidos os genes envolvidos no transtorno.
O novo software "imita os professores especialistas na educação de alunos com discalculia e proporciona práticas não supervisionadas aos estudantes com séries de operações aritméticas", ressalta Butterworth, em declarações ao serviço de informações científica "Plataforma SINC".
Fonte: Yahoo! Notícias.
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