Estudante de 13 anos cega é medalha de ouro nas Olimpíadas de Matemática

Uma estudante de 13 anos que mora no município de Senador José Bento, no Sul de Minas, é um exemplo de dedicação. Portadora de deficiência visual, a condição não impediu que Laura Ribeiro Franco conquistasse a medalha de ouro nas Olimpíadas Brasileiras das Escolas Públicas em 2010. Cerca de 20 milhões de estudantes de todo o Brasil participaram da competição. No próximo dia 20, ela vai receber a medalha no Rio de Janeiro. Além de conhecer a cidade, a estudante ganhou uma bolsa de estudos em um curso de iniciação científica e um computador portátil.
Apaixonada por computadores, ela usa um equipamento emprestado da escola onde estuda, para conseguir acompanhar as aulas. Para isso, ela usa um programa que repete com recursos sonoros tudo o que ela digita. Laura é a única aluna portadora de necessidades especiais da Escola Municipal de Senador José Bento. O carisma e a força de vontade da menina é tão grande, que até a professora dela, Letícia, aprendeu braile para poder ensiná-la.
Mais um pouco sobre a história de Laura, você acompanha no vídeo. link:

Professores ensinam matemática com técnicas de origami

Mistura das aulas de artes e matemática. Em Barrinha, alunos da escola Luiz Marcari aprendem ambas as disciplinas ao mesmo tempo. Professores desenvolveram uma técnica de origami para ensinar geometria com aviõezinhos de papel. Uma fórmula simples que tem provado que fica fácil aprender com quem é apaixonado por ensinar.
Porém, não é um aviãozinho qualquer, como os feitos por alunos para bagunçar durante as lições. Todas as medidas foram calculadas na sala de aula e o objetivo é ajudar no aprendizado de geometria. Assim que o origami é aberto pelos alunos, figuras geométricas e ângulos variados que antes estavam apenas na lousa, aparecem nas dobraduras no papel.
Aulas sobre raio, perímetro, cálculo de área e muitas outras lições matemáticas que passam a ser ensinadas com brincadeira e diversão. É o que garante a professora Cláudia Rossato Piati. “Com todo esse envolvimento o resultado não poderia ser outro. Os alunos ficam interessados”. Estudantes do sexto ao nono ano do ensino fundamental ainda vão estudar outros seis modelos criados para o segundo semestre.

Por que somos tão ruins em matemática?

A aversão é tanta que o senso comum aponta: o brasileiro já nasce sem vocação para aprender matemática. O estudo na área começa com professores sem formação específica, que em geral não gostam da disciplina, e acaba com docentes que têm conteúdo para transmitir, mas não didática. No fim do ensino médio, exames confirmam o despreparo.

O resultado do Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp), divulgado no mês passado, mostrou que 57% dos alunos terminam o ensino médio com rendimento insatisfatório em matemática.

Os números do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), que avaliou o desempenho em matemática de jovens na faixa de 15 anos, colocaram o Brasil na 57.ª posição em um ranking de 65 países. No topo da lista estão China, Cingapura e Hong Kong.

Se a meta é fazer com que a produção de ciência e tecnologia acompanhe o crescimento econômico do Brasil, essa intolerância à matemática precisa ser combatida com urgência, dizem os especialistas.

E a mudança precisa começar na sala aula. Mas não naquela que as crianças frequentam. A reforma deve ocorrer, primeiramente, nas classes das universidades que formam os futuros professores do País.

Fonte: O ESTADÃO

Estudantes brasileiros vão participar da Olimpíada Internacional de Matemática, em Amsterdã.

Estudantes de escolas públicas de todo o País vão representar o Brasil na Olimpíada Internacional de Matemática, em Amsterdã, Holanda, de 16 a 24 de julho. Além de estudantes que anharam medalhas de ouro na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep), em 2010, completam a equipe brasileira na competição três estudantes de escolas particulares, medalhistas de ouro na Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM). Na olimpíada internacional, cada país pode enviar seis alunos do ensino médio. Estudantes de aproximadamente 100 nações participam da olimpíada.
Para o coordenador do Programa Especial para Competições Internacionais da Obmep, Paulo Rodrigues, o fato de o Brasil ter 50% de seus representantes na Olimpíada Internacional de Matemática oriundos de escolas públicas é uma vitória. Ele ressalta que em escolas particulares, especialmente do Ceará, São Paulo e Rio de Janeiro, há programas especiais de preparação dos alunos para a OBM, o que não ocorre na rede pública. “Os que se destacam nas escolas públicas são alunos muito talentosos”, afirma.
Podem participam da seleção para a olimpíada internacional todos os estudantes que estejam cursando o ensino médio e tenham conquistado medalhas de ouro na Obmep e na OBM no ano interior ao do evento internacional. A seletiva compreende quatro baterias de testes. Os seis candidatos mais bem classificados representam o País no exterior.
De 1979, quando estudantes brasileiros começaram participar da Olimpíada Internacional de Matemática, a 2009, o País ganhou sete medalhas de ouro e 23 de prata. Em 2009, em Bremem, Alemanha, os brasileiros trouxeram uma medalha de ouro, três de prata e duas de bronze. Em 2010, em Astana, capital do Cazaquistão, foram duas medalhas de prata, uma de bronze e três menções honrosas.
As escolas públicas têm prazo até a próxima sexta-feira (3) de junho, para fazer a inscrição de estudantes na 7ª edição da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep) . A competição contempla três níveis. O primeiro abrange alunos matriculados no sexto ou sétimo ano do ensino fundamental, no ano letivo correspondente ao da realização das provas. Já o nível 2 reúne  alunos matriculados no oitavo ou nono ano do ensino fundamental, no ano letivo correspondente ao da realização das provas. No nível 3 estão alunos matriculados em qualquer série do ensino médio, no ano letivo correspondente ao da realização das provas. 

Fonte: CORREIO DO ESTADO

MEC distribui livro com erro de matemática a 37 mil escolas

O Ministério da Educação gastou R$ 14 milhões para distribuir material didático com erros de matemática a 37 mil escolas de educação no campo no ano passado.
Nele se aprende, por exemplo, que 10-7=4 e que 16-8=6. Há ainda exercícios que remetem à página errada e frases incompletas.
Foi pedida à CGU (Controladoria-Geral da União) uma sindicância para apurar as eventuais responsabilidades pelos erros e pela falta de revisão.
A coleção na qual os erros foram detectados tem obras sobre matemática, língua portuguesa, ciências, geografia e história.
O total de estudantes prejudicados, de acordo com o MEC, é de cerca de 300 mil, menos de 1% do ensino público.
Após a constatação dos erros, o ministério decidiu enviar aos coordenadores do programa de educação no campo uma orientação para que o uso do material seja suspenso.

Folha.com
ANGELA PINHO
DE BRASÍLIA

Crianças têm dificuldade com matemática durante divórcio

Que o divórcio dos pais influencia o comportamento dos filhos, já é muito claro, mas uma pesquisa norte-americana mostrou que os problemas na escola e de comportamento são restritos basicamente ao período do processo de divórcio, ou seja, a fase anterior não gera problemas para as crianças. Os resultados deste estudo foram publicados na edição de junho da revista American Sociological Review. 

Na pesquisa, Hyin Sik Kim, doutoranda da Universidade de Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos, analisou um estudo com mais de 3.500 crianças nos anos iniciais da escola a partir de 1998. Ela pôde observar as mudanças comportamentais, ou falta delas, antes, durante e após o divórcio de alguns casais. 

"Eu esperava que existisse conflitos entre os pais que os levassem até o divórcio, e que isso seria um problema para o filho, mas não consegui encontrar um efeito significativo disto no período pré-divórcio", disse Kim. 

A pesquisadora não acredita que o comportamento seja um reflexo da resiliência destas crianças. Para Kim, o pensamento de que as crianças aprendem a cooperar com a situação é exagerada. 

Entre as mudanças possíveis de se observar, o desempenho em matemática e habilidades interpessoais foram afetadas. "Crianças que passaram por uma experiência de divórcio tiveram problemas com a matemática, habilidades interpessoais e de comportamento internalizado durante o período do divórcio. Elas ficam mais inclinadas a problemas de ansiedade, solidão, baixa autoestima e tristeza", explica Kim. 

Mas porque o divórcio implica em complicações para a aprendizagem da matemática, por exemplo, e não para a leitura? Acredita-se que, como os conceitos matemáticos sejam baseados em informações que são atualizadas com frequência, o processo acabe por ser dificultado pelo período de estresse pelo qual passam estas crianças. 

Um dado importante divulgado na pesquisa, é que as crianças tendem a manter um comportamento positivo exteriorizado enquanto lutam para manter o controle internamente. Este tipo de estudo poderá ser útil não apenas para os pais, mas também para os professores entenderem o comportamento infantil durante um divórcio para que assim possam se preparar melhor para lidar com isso na escola.

Agência Estado

Alex Bellos faz demonstração matemática. Ele ensina a cortar um bolo matematicamente

Ruim de matemática? Você pode ter discalculia


A discalculia é considerada o equivalente da dislexia quando se trata de pessoas que têm dificuldade fora do comum em aprender matemática. Enquanto os disléxicos tem problemas com a leitura e a escrita, aqueles que sofrem de discalculia não conseguem resolver problemas simples de aritmética e até mesmo entender o conceito de numeral. Este distúrbio afeta entre 5 e 7% da população.
Tanto as crianças e os adultos que apresentam o problema têm dificuldade em entender o valor relativo aos números e suas diferentes grandezas, e acabam tendo notas muito baixas em provas. “Geralmente, eles não trocam a ordem dos números quando leem, como os disléxicos, mas qualquer coisa que se relacione a numerais causa ansiedade e até pânico”, disse o autor do estudo e professor de neurociência, Brian Butterworth, da University College London.
Por exemplo, se fosse mostrada duas cartas de baralho numeradas, uma com um 5 e outra com um 8, para uma pessoa com discalculia e ela fosse indagada qual número é maior, elas teriam que contar quantos símbolos aparecem em cada carta antes de responder. Se fosse pedido que elas contassem, regressivamente, de 10 a 1, a pessoa contaria de 1 a 10, depois de 1 a 9, depois de 1 a 8, e assim por diante (e provavelmente teriam que usar os dedos, independente da idade).
Lidar com dinheiro, então, é um grande desafio. As pessoas com discalculia também não conseguem estimar o tamanho de um quarto, ou entender o conceito de horas para estimar quanto tempo uma viagem duraria. De acordo com os pesquisadores, o distúrbio aparenta ser genético e algumas mudanças no cérebro podem ser responsáveis pela causa. “Contudo, é importante que essas pessoas saibam que esta dificuldade não significa que elas são burras”, disse Butterworth. Mas, se não for diagnosticada de maneira correta, pode trazer muitos traumas.
Butterworth diz que seu trabalho serviu para chamar atenção ao problema e desenvolver métodos especiais de ensino para fortalecer o processamento de números pela pessoa, usando materiais concretos como contas ou blocos, ou ainda softwares de computador. “O importante é não avançar para conceitos mais complexos enquanto o básico não estiver bem fixado”

7 erros do professor em sala de aula

Confira como evitar atividades sem foco ou morosas, que roubam um procioso tempo da aprendizagem

Camila Monroe (camila.monroe@abril.com.br)



1. Utilizar o tempo de aula para corrigir provas

O problema Deixar a turma sem fazer nada ao corrigir exames ou propor que os alunos confiram as avaliações.

A solução Nesse caso, o antídoto é evitar a ação. Corrigir provas é tarefa do educador, para que ele possa aferir os pontos em que cada um precisa avançar. E o momento certo para isso é na hora-atividade.





2. Exigir que todos falem na socialização

O problema Durante um debate, pedir que todos os estudantes se manifestem, gerando desinteresse e opiniões repetitivas.

A solução O ideal é fazer perguntas como "Alguém tem opinião diferente?" e "E você? Quer acrescentar algo?". Assim, as falas não coincidem e os alunos são incentivados a ouvir e a refletir.





3. Não desafiar alunos adiantados

O problema Crianças que terminam suas tarefas ficam ociosas ao esperar que os demais acabem. Além de perder uma chance de aprender, atrapalham os colegas que ainda estão trabalhando.

A solução Ter uma segunda atividade relacionada ao tema da primeira para contemplar os mais rápidos.





4. Colocar a turma para organizar a sala

O problema A arrumação de carteiras e mesas para trabalhos em grupo e rodas de leitura acaba tomando uma parte da aula maior do que das atividades em si.

A solução Analisar se a mudança na disposição do mobiliário influi, de fato, no aprendizado. Em caso positivo, vale programar arrumações prévias à aula.





5. Falar de atualidades e esquecer o currículo

O problema Abordar o assunto mais quente do momento por várias aulas, o que pode sacrificar o tempo dedicado ao conteúdo.

A solução Dosar o espaço das atualidades e contextualizar o tema. Em Geografia, por exemplo, pode-se falar de deslizamentos de terra relacionando-os aos tópicos de geologia.





6. Realizar atividades manuais sem conteúdo

O problema Pedir que os alunos façam atividades como lembrancinhas para datas comemorativas sem nenhum objetivo pedagógico.

A solução Só propor atividades manuais ligadas a conteúdos curriculares - nas aulas de Artes, por exemplo, para estudar a colagem como um procedimento artístico.





7. Propor pesquisas genéricas

O problema Pedir trabalhos individuais sobre um tema sem nenhum tipo de subdivisão. Como resultado, surgem produções iguais e, muitas vezes, superficiais.

A solução Dividir o tema em outros menores e com indicações claras do que pesquisar. Isso proporciona investigações mais profundas e dinamiza a socialização.



Resta lembrar que nem tudo o que foge ao planejamento é perda de tempo. Questionamentos, por exemplo, são indícios de interesse no assunto ou de que um ponto precisa ser esclarecido. "Para esse tipo de desvio de rota, vale, sim, abrir espaço. Afinal, são atividades reflexivas e que auxiliam na aprendizagem", afirma Cristiane Pelissari, formadora da Secretaria de Estado da Educação de São Paulo.